Primeiros sinais de sua genialidade
William Sidis nasceu em 1898 em Boston, no estado americano de Massachusetts, e não demorou muito para algumas pessoas perceberem que havia algo de muito especial sobre o garoto. Dizem que ele já conseguia ler o jornal antes dos dois anos de idade, e apenas aos oito anos já falava vários idiomas, entre eles latim, turco e hebraico.
No entanto, segundo muitos relatos, Sidis realmente brilhava na matemática. Mas seu célebre talento com os números também o assombraria mais tarde na vida.
Fazendo história em Harvard antes mesmo de completar 12 anos
Sidis tinha apenas 11 anos quando foi oficialmente matriculado na Universidade de Harvard, um dos estabelecimentos de ensino mais prestigiados - senão o mais prestigiado - dos EUA e do mundo. Na verdade, ele foi aceito quando tinha apenas nove anos de idade, mas foi aconselhado a esperar alguns anos para amadurecer mais um pouco.
Embora ele certamente tenha feito história em Harvard, seu período por lá não foi muito divertido, e suas experiências sem dúvida ajudariam a moldar o resto de sua vida.
Um QI superior ao de Einstein
Albert Einstein é considerado por muitos um dos seres humanos mais inteligentes, senão o mais inteligente, que já existiu. Mas e se disséssemos que o QI do jovem Sidis fosse talvez o dobro do de Einstein, entre 250 e 300 conforme algumas estimativas? Então, se ele tinha um QI tão alto, possivelmente o mais alto já registrado, por que não mudou o mundo?
Alguns dos problemas de Sidis remontam a seus tempos de criança, quando seus pais começaram a prepará-lo para a grandeza depositando grandes esperanças no filho.
Os pais de Sidis também eram muito inteligentes
Sidis não era o único membro inteligente de sua família. Seu pai foi um psicólogo famoso, e sua mãe uma médica muito talentosa. Anos antes do seu nascimento, seus pais fugiram de uma série de perseguições religiosas e opressões políticas da Ucrânia para a América. No entanto, é difícil dizer se tudo isso teve de fato algum impacto sobre o jovem Sidis.
Também é difícil dizer se influenciou suas crenças políticas ou sociais depois de adulto. No entanto, a educação que recebeu dos pais teve quase certamente um efeito sobre ele.
Os pais de William queriam que ele fosse o melhor de todos
A educação do jovem Sidis começou desde cedo. Seus pais acreditavam que era possível criar gênios, e foi isso que se propuseram a fazer. Dizem que sua família gastou todas as economias em coisas como mapas, livros e outros itens educacionais. E acabou valendo a pena, pelo menos de alguma forma, porque Sidis começou a dominar o inglês antes mesmo de aprender a andar e não demoraria muito para também aprender outros idiomas.
Ele já teria domínio de outros idiomas mais cedo do que a maioria da pessoas tem de suas línguas maternas. Ele também já fazia algumas coisas quando criança que muitas pessoas tentam e falham durante uma vida inteira.
Seu pai tinha a chave para o sucesso
O pai de Sidis, Boris, tinha tanta confiança em suas técnicas parentais, que escreveu um livro chamado "O Filisteu e o Gênio" sobre o progresso do filho. “Podemos, nesse período inicial, despertar um amor pelo conhecimento que persistirá por toda a vida”, escreveu ele. O livro de 1911 também criticou duramente o sistema educacional americano por não inspirar o amor pelo aprendizado na mesma intensidade que ele próprio tinha usado para inspirar Sidis.
"Não há lugar para a genialidade nas nossas escolas. A originalidade é suprimida. A individualidade é esmagada. A mediocridade é valorizada", escreveu ele, acrescentando que é fundamental começar a educação numa idade precoce.
Aos cinco anos, ele escrevia livros inteiros de anatomia
É difícil dizer se os métodos do pai de Sidis realmente funcionaram ou se Sidis simplesmente já era um gênio quando tinha nascido. No entanto, o que não está em discussão são algumas das conquistas incríveis que Sidis alcançou antes mesmo de atingir a puberdade. O menino escreveu um livro de anatomia quando ainda era criança e criou sua própria fórmula para contar dias históricos com apenas cinco anos de idade.
Segundo informações, Sidis também escrevia poesia francesa, inventou sua própria língua, escreveu um romance e elaborou uma constituição para uma sociedade utópica. Portanto, não é surpresa que o sistema escolar não tenha conseguido desafiá-lo.
Ele já falava 8 idiomas quando tinha seis anos de idade
Algumas pessoas simplesmente têm talento para aprender idiomas. Se você não acredita, bastar conhecer a história de Sidis. Seu pai já tinha talento para aprender línguas, mas Sidis estava em outro nível. Aos seis anos, ele falava inglês, armênio, turco, hebraico, russo, alemão, francês e latim. Ele também criou seu próprio idioma. Nunca ouvimos falar de nada mais incrível do que isso.
Isso apenas mostra o quão talentoso Sidis era e por que ele era tão diferente de outros jovens-prodígio que vieram antes e depois dele.
Ao contrário da maioria dos outros gênios, ele era excepcional em todas as áreas
A maioria das crianças-prodígio se destaca em uma ou duas áreas. Por exemplo, não é incomum que um jovem mostre um talento extraordinário para a música ou a matemática, mas fique apenas na média ou ligeiramente acima dela em outras áreas de conhecimento. No entanto, de acordo com a autora Amy Wallace que escreveu a sua biografia, uma coisa muito incomum sobre Sidis em comparação com outras crianças-prodígio era o fato dessas poucas crianças terem múltiplas habilidades.
Sidis se destacava em quase todos os assuntos que lhe eram apresentados, da poesia à ciência, da história à teoria política. Ele era um gênio em todos os sentidos da palavra.
Preparando-se para a vida em Harvard
Aos olhos de Boris, havia apenas alguns lugares que ofereciam o tipo de oportunidades e educação que beneficiaria seu filho, e a Universidade de Harvard era um deles. Porém, quando o menino foi aceito com apenas nove anos, o estabelecimento educacional aconselhou Boris a esperar alguns anos para Sidis amadurecer emocionalmente. E foi exatamente isso que Boris fez, esperando até o filho completar 11 anos de idade para matriculá-lo.
Mas no final das contas, teria sido melhor para Sidis se seu pai tivesse esperado mais alguns anos, pois seu tempo em Harvard lhe deixaria cicatrizes que durariam a vida toda.
A matrícula de Sidis em Harvard
Quando Sidis se matriculou em Harvard com apenas 11 anos, ele se tornou o matriculado mais jovem de todos os tempos, e esse recorde permanece até hoje. Outros jovens-prodígio já foram matriculados em universidades americanas por volta dos 12 ou 13 anos, mas nenhum com a idade de Sidis. No entanto, pode haver uma boa razão para isso, talvez relacionada ao que aconteceu mais tarde com Sidis.
O fato do nome de Sidis ter sido praticamente esquecido hoje em dia diz muito sobre o que aconteceu com ele a seguir e sobre a maneira como a sociedade se lembra de uma das pessoas mais inteligentes da história humana.
Um QI extremamente alto
Ao que tudo indica, Sidis era extraordinariamente talentoso, o que fica claro com suas conquistas. Como seria de esperar, isso também é comprovado pelo seu QI. O matemático e psicólogo Abraham Sperling teve a oportunidade de aplicar um teste de QI em Sidis, e mais tarde escreveu que sua pontuação tinha sido a mais alta já obtida por qualquer pessoa.
Algumas estimativas colocam seu QI duas vezes mais alto que o de Einstein, e outras dizem que seu QI tinha de 50 a 100 pontos acima do de Einstein. Seja como for, é impressionante.
Com apenas 11 anos, ele deu uma palestra em Harvard
Não é exagero dizer que Sidis pode ter sido uma das, senão a pessoa mais inteligente que já existiu. Seu QI teria sido maior que o de Stephen Hawking e Isaac Newton. Portanto, não é difícil acreditar que, com apenas 11 anos de idade, ele já tinha subido ao pódio em Harvard para dar uma palestra.
E a palestra não foi sobre um assunto simples, chamando a atenção de uma pessoa em particular que por acaso estava na plateia naquele dia.
O brilhante físico Comstock nota Sidis pela primeira vez
Sidis subiu ao palco para falar sobre um conceito matemático bastante avançado de corpos quadridimensionais. A plateia era composta principalmente por estudantes e professores. Um dos presentes foi Daniel Comstock, professor e físico do MIT, que é frequentemente citado como o maior departamento de física dos Estados Unidos. Naquele dia, em 1910, não demorou muito para Comstock fazer uma previsão ousada sobre o jovem Sidis.
No entanto, essa previsão ousada não se concretizou, apesar de Sidis ter todo o potencial necessário para depois da universidade fazer uma diferença dramática no mundo.
A ousada previsão de Comstock sobre Sidis
Mais tarde, Comstock escreveria em sua autobiografia que tinha grandes esperanças sobre Sidis. Depois de vê-lo em 1910, ele disse: “Prevejo que o jovem Sidis será um grande matemático e astrônomo. Ele desenvolverá novas teorias e inventará novas formas de calcular fenômenos astronômicos. Acredito que ele será um grande matemático, o líder dessa ciência no futuro”.
Infelizmente, todos sabemos que não foi bem assim que aconteceu. Mas não deixa de ser significativo um dos principais físicos do mundo da época prever que uma criança de 11 anos alteraria completamente a nossa visão do universo.
Fazendo manchetes em todos os lugares
Não demorou muito para que se espalhasse a notícia de que o matriculado mais jovem de Harvard havia começado as aulas. A mídia da época rapidamente notou o menino-prodígio, e sua história cativou leitores de todo o país. Na época, quase todo mundo conhecia sua história, um fato que não necessariamente interessava o próprio Sidis. Na verdade, a atenção da mídia nunca desapareceria completamente.
Isso provavelmente não ajudou a torná-lo querido por seus colegas. Segundo muitos relatos, ele foi muito maltratado por outros estudantes da Harvard.
Ele foi um menino impopular
O famoso arquiteto Buckminster Fuller estudou em Harvard na mesma época que Sidis, e o que ele tinha a dizer resume muito bem o tempo que Sidis passou por lá: "A maioria dos alunos o considerava uma aberração. Ele tinha 16 anos quando o conheci, mas seus pais ainda o mandavam para a escola vestido como um menino de 12. Naquela época, garotos usavam calças compridas a partir dos 14 anos, mas Willy Sidis continuava indo para as aulas todo arrumadinho", disse ele.
Wallace, o biógrafo, disse: "Ele era motivo de chacota em Harvard. Ele admitiu que nunca havia beijado uma garota. Ele era provocado e perseguido, e isso era simplesmente humilhante".
Um discurso inesperado para repórteres
Muitos em Harvard ainda esperavam grandes coisas do jovem Sidis, apesar dos relatos de maus tratos. E não é difícil entender o motivo, considerando o seu nível de genialidade. No entanto, durante a formatura, Sidis fez um discurso mostrando o que poderia vir a ser dele e como ele se sentia em relação ao seu tempo na universidade. O discurso foi feito perante repórteres em 1914, e no começo pareceu ser bastante normal.
Sidis começou declarando: “Quero viver uma vida perfeita”. Mas então as pessoas começaram a ficar confusas.
A caminho de tornar-se um eremita
Sidis, em seu discurso, prosseguiu: “A única maneira de viver uma vida perfeita é em reclusão. Sempre odiei multidões”. Sua visão do mundo era pessimista e ele obviamente tinha sido afetado negativamente por suas experiências com os outros alunos em Harvard. Muitos imediatamente começaram a se perguntar se Sidis estava mesmo prestes a se isolar do resto do mundo.
Neste caso, o mundo simplesmente perderia a inteligência de Sidis por conta da forma horrível como havia sido tratado pelos outros alunos da universidade?
Ele renunciou às mulheres e ao casamento
Qualquer um que ainda duvidasse da intenção de Sidis de se isolar do mundo poderia apenas olhar para o fato de ele ter decidido renunciar às mulheres e ao casamento. Sua decisão foi, sem dúvida, o resultado dos maus tratos que tinha sofrido em seus tempos de faculdade. “Tudo o que ele queria era se afastar e ser um trabalhador comum”, segundo Wallace na biografia que escreveu sobre Sidis.
Nos anos seguintes, sua vida daria algumas reviravoltas que quase ninguém, nem mesmo o próprio Sidis, poderia esperar. E tudo começou com um cargo de professor.
Ele foi intimidado para sair de Harvard
Se Sidis fosse assumir um cargo de professor em qualquer lugar, seria de se esperar que ele o fizesse em Harvard ou em outro estabelecimento com o mesmo nível de prestígio. Porém, não foi isso que aconteceu. Na verdade, Sidis acabou tendo que deixar Harvard por conta das supostas ameaças que recebeu. E assim ele arranjou um emprego como professor de trigonometria e geometria na Universidade Rice quando tinha apenas 17 anos – muito menos que seus alunos.
É claro que isso não deu muito certo, e não demorou para ele abandonar o trabalho e voltar à escola onde havia começado quando tinha apenas 11 anos.
Ele voltou para Harvard
Quando Sidis voltou para Harvard, decidiu seguir outros estudos. Ele se matriculou na faculdade de direito e se saiu muito bem, segundo os relatos. Claro, isso provavelmente já era de se esperar. No entanto, não demorou muito para ele desistir novamente, e em 1919 ele mais uma vez deixou Harvard. Provavelmente era bastante evidente para qualquer pessoa próxima que alguma coisa simplesmente não estava bem.
Apesar de seu ótimo desempenho acadêmico, ele parecia nunca se incomodar em concluir a graduação dos cursos que fazia. Se isso não foi o suficiente para despertar um alarme, o que aconteceu a seguir certamente foi.
Ele se envolveu no ativismo social
A América não era exatamente conhecida por proteger os direitos dos trabalhadores no início do século XX. Na verdade, essa foi uma época de protestos em massa, greves e movimentos socialistas. Durante um desses movimentos socialistas, Sidis defendeu os direitos dos trabalhadores e chegou a ser preso quando gritou: “Para o inferno com a bandeira americana”. Não está claro qual foi a justificativa legal para sua prisão, mas o desentendimento com a lei virou notícia e a manifestação acabou se transformando em tumulto.
Também não sabemos qual foi a reação de seus pais, considerando que Sidis não estava seguindo o caminho que eles esperavam. Eles o tinham preparado para a grandeza durante toda a sua vida.
Sidis foi a julgamento
Durante este período da história americana muitas pessoas eram fortemente contra o socialismo. Então o julgamento de Sidis coberto pela mídia não lhe trouxe muitos amigos. Foi revelado que ele apoiava a Revolução Russa, além de ser pacifista e socialista, e tudo isso pouco depois do fim da Primeira Guerra Mundial.
Na época, as crenças de Sidis foram consideradas inadequadas por algumas pessoas, incluindo muitas no poder, o que pode explicar o que aconteceu com ele a seguir.
Boris interveio (sem sucesso) para ajudar o filho
A princípio, o juiz decidiu condenar Sidis a 18 meses de prisão, o que sem dúvida teria sido extremamente difícil para ele. No entanto, seu pai interveio e propôs que, em vez disso, Sidis recebesse ajuda psicológica. O juiz concordou e libertou Sidis em liberdade condicional. O fato de Boris ser um psicólogo famoso na época com certeza ajudou na decisão. E assim Sidis foi enviado para a instituição em que seu pai trabalhava no estado americano de New Hampshire.
Mas as coisas não correram tão bem quanto Boris esperava. Na verdade, isso provavelmente piorou ainda mais o seu relacionamento com o filho.
O tempo de Sidis nas instalações de seu pai
Sidis não foi exatamente lisonjeiro ao descrever as instalações onde seu pai trabalhava. Mais tarde, ele disse que seu tempo lá foi equivalente a “tortura mental”. Não há muitas evidências do que aconteceu durante esse período, mas está bem claro que ele não gostou. Quando foi liberado, ele decidiu viver uma vida que não envolvesse pressão externa da sociedade ou de seus pais.
Pouco tempo depois de sua libertação ele decidiu deixar completamente a academia e finalmente viver uma vida longe dos holofotes que o tinham perseguido durante toda a sua vida desde muito jovem.
Assumindo empregos subalternos
Sidis trabalhou em vários empregos como operário. Alegadamente, até chegou a usar nomes diferentes durante esse período de sua vida. Ele também ficou mudando constantemente de cidade, muitas vezes assumindo empregos parecidos, tudo isso em um esforço para permanecer discreto e fora dos holofotes. E funcionou, por um tempo. Apesar de sua genialidade e fama, ele foi capaz de se misturar perfeitamente com o resto da sociedade.
No entanto, ele nunca conseguiu escapar do seu passado, e não demorou muito para alguém localizar o menino-prodígio que havia mostrado tanto potencial quando criança.
Sidis foi localizado na cidade de Nova York
Apesar de tentar se manter discreto, ele foi encontrado por um repórter na cidade de Nova York, onde trabalhava como operador de máquinas ganhando cerca de $23 por semana (por volta de R$110). O mundo queria saber o que tinha acontecido com Sidis, uma das pessoas mais inteligentes da história da humanidade. No entanto, mesmo durante seu período de reclusão ele não abandonou completamente suas atividades acadêmicas.
Apesar de desistir de frequentar o universo acadêmico, ele ainda escrevia livros. Mas nunca ninguém saberá quantos livros ele realmente chegou a escrever ao longo de sua vida.
Construindo seu próprio legado
A essa altura de sua vida, ele não estava em contato com os pais. A influência que eles exerceram em sua vida no passado provavelmente pairava como uma grande nuvem de chuva sobre sua cabeça, e ele estava determinado a fazer as coisas do próprio jeito. Talvez seja por isso que ele continuou a escrever, especialmente durante os anos em que trabalhou em empregos braçais. E, 1925 ele publicou o livro "O Animado e o Inanimado" que tratava da sua própria teoria da vida e do cosmos.
No entanto, o livro permaneceria praticamente ignorado até ser redescoberto em um sótão em 1979. Sidis ainda publicaria muitos outros títulos após o lançamento deste livro.
Usando diferentes pseudônimos
Não se sabe se Sidis começou a escrever com pseudônimos diferentes pelo fato de "O Animado e o Inanimado" ter sido ignorado, ou se ele apenas estava tentando ficar fora dos holofotes. De qualquer forma, ele publicou muitos outros títulos sob vários nomes, até sua morte. Isso acabou complicando um pouco as coisas para os historiadores e aqueles que desejam aprender mais sobre Sidis.
Seu uso extensivo de pseudônimos pode ter sido uma resposta ao fato de este livro ter sido ignorado, e apenas uma maneira simples de permanecer fora do radar enquanto continuava a viver uma vida normal.
Títulos em seu Nome
Embora não se saiba quantos livros ele realmente escreveu, provavelmente é seguro dizer que existem alguns por aí. Quando se trata de livros que foram escritos em seu nome quando adulto, só conhecemos dois: "O Animado e o Inanimado" e "As Tribos e os Estados". Este último conta a história dos nativos americanos.
O livro trata principalmente das tribos do Nordeste e do efeito que elas tiveram na América pré e pós-revolução, mas nunca foi concluído. Suas duas publicações têm avaliações positivas, ainda hoje.
Os livros perdidos de Sidis
Devido ao uso extensivo de pseudônimos, não se sabe quantos livros perdidos de Sidis existem por aí. Sabemos que ele publicou "Notas sobre a Arrecadação de Transferências" sob o nome de Frank Folupa na década de 1920. Mas este trabalho não foi tão sério quanto alguns outros, e ele parecia estar apenas explorando um de seus fascínios: os bondes.
O texto é repleto de diversos fatos e curiosidades associadas a bondes. Há até um pouco de poesia e piadas infantis. Pelo jeito, Sidis gostava muito de rir e de fazer piadas.
Vivendo uma vida longe do radar
Segundo muitos relatos, Sidis mudava regularmente de cidade e era uma espécie de nômade intelectual. Se cometesse um deslize e as pessoas começassem a ter uma ideia de quão inteligente ele era, ele simplesmente fazia as malas e começava do zero em outro lugar. Sidis era tão avesso aos holofotes nessa época que tomou grandes precauções para não ser descoberto.
Porém, Sidis acabaria aprendendo que, por mais cuidadoso que fosse, seria encontrado por uma pessoa que fosse determinada o suficiente. Essa pessoa eventualmente foi uma repórter.
Uma repórter rastreia Sidis
A repórter foi enviada pela revista americana The New Yorker para fazer amizade com Sidis e escrever um artigo sobre o que havia acontecido com ele. Segundo Wallace, a repórter o encontrou e, em 1937, publicou uma matéria detalhando sua história. “A simples visão de uma fórmula matemática me deixa fisicamente doente”, teria dito Sidis. Ele também disse que tudo o que queria era continuar trabalhando nos mesmos tipos de empregos que tinha trabalhado nos últimos dois anos. Quando lhe perguntaram por que ele achava que não correspondia às expectativas que as pessoas tinham dele, respondeu: "É que eu nasci no Dia da Mentira".
No entanto, quando o artigo foi divulgado, Sidis ficou bastante insatisfeito. Sua principal reclamação era ter sido retratado como um recluso maluco.
Sidis sai do esconderijo
E assim Sidis decidiu reaparecer e processar a The New Yorker por difamação. Ele tentou provar que o artigo havia lhe causado “grave angústia mental e humilhação”, disse Wallace. Mas a sorte não estava do seu lado na época, e o caso foi inicialmente rejeitado pelo tribunal.
Seu processo também teve o efeito adicional de colocá-lo em uma posição que ele tentou evitar durante toda a sua vida. Ele agora estava firmemente de volta aos holofotes.
No centro das atenções mais uma vez
Toda a atenção que o processo trouxe significou que o mundo estava mais uma vez tendo uma ideia do que tinha acontecido com Sidis. Não só isso, como o caso ainda é lembrado até hoje como um marco importante na história americana e na Lei da Privacidade. Apesar de ter se esforçado por anos para permanecer fora dos holofotes e continuar a viver a vida como uma pessoa normal, Sidis tinha voltado às manchetes.
Seu caso ainda daria uma reviravolta, mas sua vida seria sofrida nos próximos anos. Durante esse período, Sidis continuou a fazer o que vinha fazendo nos últimos dois anos e trabalhou em diversos empregos braçais.
Sidis vence o caso e sofre hemorragia cerebral
Sidis acabou vencendo seu caso contra a The New Yorker. No entanto, já tinham se passado anos desde a publicação do artigo e ele só obteve o tão esperado veredito em 1944. Infelizmente, no mesmo ano ele sofreu uma hemorragia cerebral. É importante notar que seu pai também tinha sofrido uma hemorragia cerebral décadas antes. Na época, Sidis trabalhava na Secretaria Estadual de Seguro-Desemprego, prestando serviços administrativos.
Sidis não conseguiu se recuperar da hemorragia e morreu pouco depois. Mas a maior parte de sua vida tinha sido vivida sob seus próprios termos.
Sidis e seu legado atualmente
Embora Sidis tenha conseguido viver fora do radar durante grande parte de seu tempo na Terra, ele ainda é lembrado até hoje. Seja por seu papel como um menino gênio, por sua autoria ou por sua participação na história jurídica dos EUA, seu nome não foi completamente apagado dos livros de história. E embora sua vida tenha sido curta, segundo muitos relatos Sidis conseguiu superar algumas das primeiras dificuldades que teve quando jovem.
“As pessoas que o conheciam o adoravam”, disse Wallace em sua biografia. “Então eu acho que ele realmente deixou de ser completamente traumatizado quando menino para se tornar um homem feliz”.